Pista de Patinação de Águas Claras Enfrenta Desgaste e Uso Indevido
Espaço exclusivo para patinação de velocidade sofre com desrespeito ao uso original e falta de manutenção, gerando riscos e frustração entre atletas
REDAÇÃO
6/16/2025




A pista de patinação de velocidade do Parque Sul, em Águas Claras — a única do tipo em todo o Brasil — foi entregue há apenas 18 meses com a missão de impulsionar a prática do esporte na capital. Mas, em vez de servir como celeiro para novos talentos e espaço seguro para treinos, o local enfrenta desgaste acelerado e ocupações indevidas que colocam em risco os atletas e a própria estrutura.
O espaço foi planejado com duas áreas distintas: uma interna, voltada para iniciantes e atividades recreativas, e outra externa, dedicada à prática de velocidade. Mas o que se vê hoje é um uso generalizado por ciclistas, corredores, patinetes, tutores com pets e até triciclos, o que descaracteriza o propósito da instalação e compromete sua conservação.
“Fiquei sabendo que estão fazendo uso inadequado com um evento de skate dentro da única pista de patinação de velocidade no Brasil”, comentou Cindya, diretora de patinação de velocidade da Confederação Brasileira de Skate. Ela destaca que, além do risco de acidentes, o uso impróprio acelera o desgaste da pista. “O uso inadequado deteriora a pista, que já se encontra em desgaste pela errada utilização.”
A sinalização que indicava o uso exclusivo para patins foi retirada, o que ampliou ainda mais a confusão sobre as regras. Para Cleber Dalapicolla, professor de patinação, o problema não é só de estrutura, mas de conscientização. “A pista foi projetada na parte oval para a prática da patinação de velocidade e no quadrado interno para o patinador iniciante”, explica. Ele alerta que a presença de outros usuários compromete a segurança e pode causar acidentes graves. “Certas utilizações como skate, corrida, bicicleta e patinete aceleram o desgaste da pista.”
Além dos prejuízos físicos, há impacto direto na prática do esporte. Segundo Cleber, a deterioração e o desrespeito desmotivam praticantes e afastam novos interessados. “Se nada mudar, manter a patinação viva na cidade se tornará cada vez mais difícil”, lamenta. Para ele, é essencial que o espaço conte com sinalização resistente à depredação e campanhas permanentes de conscientização. “Hoje, a maioria das pessoas entende quando explicamos, mas infelizmente uma minoria insiste em usar o espaço de forma indevida.”
Apesar dos desafios, há movimentos positivos. A Administração Regional de Águas Claras já se reuniu com Cindya para discutir soluções e prometeu interceder junto a órgãos do GDF em busca de melhorias na gestão e manutenção do local.
Vale lembrar que o Parque Sul tem mais de 30 mil m² e oferece diversas outras opções de lazer — como ciclovia, quadras de areia e 17 parcães — o que reforça a importância de cada espaço manter sua função original. A administração pede o apoio da população: “É necessário que a população colabore, respeitando os espaços e os atletas (patinadores), que utilizam a pista para treinos diários, para competições nacionais e internacionais.”
Com agenda de eventos ativa — incluindo um marcado para o próximo dia 22 de junho — e iniciativas como o programa “Adote Uma Praça”, que permite que a comunidade participe da manutenção de áreas públicas, a esperança é de que o patinódromo de Águas Claras volte a cumprir sua missão: ser um espaço de excelência para a patinação de velocidade no país.

MAIS NOTÍCIAS


Viva Águas Claras
Fique por dentro das novidades de Águas Claras.
contato@vivaaguasclaras.com
© 2025. Todos os direitos reservados.