Terceira saída de Águas Claras causa divergências entre moradores

Inaugurada em agosto de 2023 como uma aposta para desafogar o trânsito de Águas Claras, a terceira saída da cidade — ligando a EPTG à Rua das Carnaúbas — virou motivo de insatisfação entre moradores. Apesar de prometer melhorar a mobilidade, oito meses após a abertura, a obra ainda está incompleta, com trechos inacabados, sinalização deficiente e reclamações de alagamentos e confusão no trânsito.

A moradora Carla Mileia relata que a via inicialmente trouxe alívio, mas logo se mostrou problemática. “Com o aumento no número de veículos, a Avenida Parque Águas Claras ficou sobrecarregada. [...] Sair da garagem virou uma aventura. Meu marido presenciou um acidente com um vizinho que tentava sair do prédio”, afirma. Já o também morador Emanuell Henrique critica um retorno improvisado: “O balão trava o trânsito no horário de pico. [...] A obra está parada há meses”.

Mesmo quem não vive na região sente os efeitos. Fernando Nascimento, do Núcleo Bandeirante, usa a EPTG diariamente e reclama: “Falta sinalização adequada e, em dias de chuva, ocorrem alagamentos. O projeto não parece ter planejamento”.

A obra foi dividida em duas etapas, com custo total de R$ 14 milhões. A primeira, bancada pela iniciativa privada, foi finalizada; a segunda, sob responsabilidade do GDF, segue incompleta. A expectativa é que a entrega total ocorra até o primeiro semestre de 2025, mas moradores cobram mais transparência e agilidade.

Embora o GDF tenha informado que a obra “garantiu a fluidez do trânsito para os mais de 150 mil motoristas que trafegam pela região”, a realidade no local mostra o contrário: trechos interditados, ausência de operários e materiais abandonados.

O sentimento geral entre os moradores é de frustração com a demora na finalização e o impacto negativo na rotina. A terceira saída, que prometia ser uma solução, ainda não cumpriu seu papel — e, por enquanto, segue como uma promessa inacabada.

MAIS NOTÍCIAS